Por John Stonestreet
Tradução e notas: Erick Ferreira
"O lenhador": Abraham Lincoln aqui é retratado como um jovem cortando madeira. (Foto: Wikimedia Commons)
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Para
onde foram os homens?
Muitas pessoas estão fazendo esta pergunta e procurando respostas nos lugares errados.
Estaremos
no meio de uma crise da masculinidade? Dois escritores cristãos
oferecem respostas muito diferentes a esta questão. Em recente
artigo, David French no National
Review lamenta uma
nova estatística que mostra que os jovens de hoje são, fisicamente,
a geração mais fraca registrada na história.
“Se
você é um ‘tipo comum de nosso século’1,
escreve ele, ‘seu pai, provavelmente,
é mais forte do que
você’. Na verdade,
você não pode ser mais forte nem
do que a ‘mulher típica
deste século’. A própria
ideia de trabalho pesado é
estranha a
você, e digamos que que você fosse convidado
a ajudar na construção de uma cabana,
a tarefa seria tão
exaustiva para você, a ponto de esgotá-lo. Seja
bem-vindo a nova realidade
pós-masculinidade!”.
Chandler
Epp respondeu a
French em uma coluna de
convidados no Religions
News Service,
argumentando que a ideia
de masculinidade como algo equivalente
a força física é equivocada.
“A
noção cristã
popular de masculinidade – escreve ele –, envergonha, repele e
arruína
muitos rapazes e homens que não conseguem cumprir essas tarefas,
e que não gravitam
em direção
ao
comportamento masculino
típico. Ele conclui:
devemos
recuperar a ideia
de que a
marca de um verdadeiro homem é a sua força moral, não sua
capacidade
muscular”.
Agora
eu sei, particularmente, que Chandler, French e eu
temos muito respeito por
ambos (os tipos de homens de que falam). Na verdade, ambos demonstram esse tipo de força moral que
Chandler fala em sua obra. Chandler, está certo
de que quando a maioria das pessoas pergunta: “Onde estão todos os
homens?” O
que elas querem dizer, na
verdade, é algo como:
“Onde estão todos os lenhadores?” Eles querem saber porque tão
poucos homens hoje em dia podem realizar façanhas de
força física como,
construir suas próprias casas, ou consertar carros sem a
ajuda de um mecânico.
Houve
um tempo em que esses tipos de habilidades eram cruciais para cumprir
o mandato
da
criação. Expressar a imagem de Deus para a maioria dos homens na
história significava ser capaz de caçar, alimentar os
animais da
fazenda ou acender
um fogo na lareira. E eu agradeço
todos os dias por aqueles, como meu pai, que ainda fazem esse tipo de
trabalho, mas
a era
da força bruta está, em
muitos aspectos, ultrapassada,
e este
seria o fim do argumento se estivéssemos vendo
ao mesmo tempo um aumento
correspondente em outros tipos de forças
menos tangíveis: como a
coragem moral, fortaleza,
liderança, e
uma disposição pelo
sacrifício.
Mas não estamos. Pelo
contrário, por uma questão de fato, a
maioria dos homens de hoje não é apenas fisicamente mais fraca do
que as gerações anteriores, eles
são mais fracos como pessoas: Indivíduos
atingidos
pela
“Síndrome
de Peter Pan”, nunca deixando a adolescência; encontrando “lugares
seguros” nos campus
universitários que os
protegem perpetuamente como
frágeis vítimas
de um constante
debate; a
cultura do sexo casual2
e a dependência
da pornográfia;
e
a revolução sexual que promulga através da mídia, da educação e
agora da lei, que não existe mais
tal coisa como macho
e fêmea.
O que estamos assistindo
não é uma expressão diferente da masculinidade se adaptando a
novas realidades culturais. O
que estamos vendo não é
masculinidade!
A
masculinidade real pode se parecer com Greg Thornbury, presidente do
King's College em Nova York, que tem um peso corporal que eu não vi
desde a 8ª série, jaqueta de tweed
e óculos de
Harry Potter.
Ele não é um lenhador, mas como um defensor da teologia do som e da
educação cristã em uma cidade que é hostil a ambos, ele é um dos
homens mais fortes que conheço. Ou masculinidade pode se parecer com
Chuck Colson, um fuzileiro naval, o "capacho"3
de Nixon; homem duro de todos os lados, até
ser
tocado
por Cristo antes de ir para a prisão. Não era incomum ver Chuck
derramando
uma lágrima sobre uma verdade eterna do Evangelho ou uma vida
transformada.
No entanto, ele tipificava a força masculina como deveria ser.
Irineu,
o primitivo Pai da Igreja, disse: “A glória de Deus é o homem
plenamente vivo.” E o homem plenamente vivo não banca
a vítima, nem se refugia
em um senso de jurisprudência, ele
abraça o mandato de criação para “encher a terra e subjugá-la”.
Ele é um criador, não um perpétuo subjugado.
É
esse tipo de masculinidade que está em falta
desesperadamente nesses
dias. É um tipo de
masculinidade que não tem
nada a ver com o tamanho
do peitoral.
John
Stonestreet é presidente do The
Chuck Colson Center for Christian Worldview
e colaborador do BreakPoint.
Fonte: cnsnews.com
Notas:
1.
O autor usa o termo
millenials
que se refere as pessoas nascidas de 1980 a 1990, e que tem como
características principais: o narcisismo e a preguiça.
Não encontrando
um equivalente no
português
para o
termo, optei
por utilizar
a expressão
‘tipo
comum de nosso século’ que
soa mais claro ao leitores.
2.
Hookup Culture é um termo que refere-se ao sexo
casual, que de certo modo, se naturalizou entre a juventude dos
grandes centros urbanos.
3. O autor usa a expressão Hatchet man, algo que no Brasil pode ser traduzido por capacho. Chuck Colson foi um homem de confiança de Richard Nixon, e foi preso por envolvimento em atos de obstrução de justiça durante o caso Watergate.
Muito interessante esse artigo. Obrigada pela tradução.
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