Pesquisar este blog

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

O Casamento nos tira a liberdade?

 


Uma afirmação recorrente entre jovens secularistas é que "o casamento nos tira liberdades". Esta é uma típica frase de fachada para esconder uma verdade que o jovem mundano e displicente quer esconder: "o casamento não lhe tira liberdade alguma, apenas lhe exige responsabilidades". Responsabilidades que ele não quer assumir em nenhum âmbito de sua vida. 

A irresponsabilidade é um dos maiores problemas da juventude contemporânea. O ato fundamental de responder pelos próprios atos, o cerne da responsabilidade, difundiu, além da renuncia aos deveres que todo homem e toda mulher antes abraçavam com firmeza, o vitimismo característico de nossos tempos.

Todo jovem que foge as suas responsabilidade, curiosamente, tende a ser vitimista. Eis, portanto, uma das razões para a grande difusão de movimentos que fazem do vitimismo sua bandeira. A culpa é dos homens; a culpa é das mulheres; a culpa é dos ricos; a culpa é dos pobres; a culpa é da sociedade... A culpa é sempre do outro. Fingindo-se que não somos primariamente responsáveis por nossos atos e escolhas. 

Quando um jovem, desconsiderando sua irresponsabilidade inveterada, contrai vínculos matrimoniais, é muito provável que tal casamento seja carregado de tensões... Pois a felicidade de um casamento também depende da responsabilidade dos seus atores. Se ambos não assumem suas culpas, ambos transformarão aquele contrato numa mera troca de farpas e culpabilização alheia. 

Aqui se defronta portanto dois problemas: o jovem que recusa o caminho do matrimonio por não querer aceitar suas responsabilidades, e o que o abraça sem aceitar suas responsabilidades. Dois problemas com finais nada felizes. 

No entanto, ainda acredito que, seja preferível que, aqueles que não querem assumir as responsabilidades do matrimônio não se casem, do que estes se envolvam em algo tão sério, como o matrimônio, e comprometam com suas irresponsabilidades as suas vidas e de outras pessoas. Casamento não é para todos! 

sábado, 28 de outubro de 2023

Câmara dos Deputados aprova Dia Nacional do Rosário da Virgem Maria

 



Em um momento histórico para a fé católica no Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 4.943/2023 da Deputada Simone Marquetto (MDB/SP) que institui o Dia Nacional do Rosário da Virgem Maria a ser celebrado no dia 7 de outubro. 

"No Santo Rosário, o cristão medita os mistérios da vida de Jesus Cristo. É uma oração poderosa, que santifica as famílias, liberta os cativos e converte os corações. É com o Rosário que o nosso coração se acalma ao abrir uma corrente para o espírito e se conectar com o divino. O Rosário é “arma” espiritual na luta contra o mal, contra a violência, pela paz nos corações, nas famílias, na sociedade e no mundo. Que no dia 07 de outubro de cada ano, ao meio-dia, nós, católicos, possamos juntos fazer a oração do Rosário da Virgem Maria." (Trecho da Justificativa do Projeto)

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Nossa Senhora: a comandante da Igreja


 

Ao analisarmos a história das grandes aparições marianas, uma estonteante demonstração do amor providencial de Deus se revela a nós.

Em 1517, a Cristandade era dilacerada pela terrível rebelião de Lutero. Algumas décadas depois, em 1531, no outro lado do oceano, uma aparição da Virgem arrastava toda uma nação a fé católica. Era a Virgem de Guadalupe vindo em socorro da Igreja em um de seus momentos mais dramáticos, quando a força dos homens falhava.

Em 1917, quando o comunismo iniciava sua destruidora incursão pelo mundo, no mesmo ano, a Virgem aparece em Portugal, conduzindo milhares de volta a fé, a penitencia, ao arrependimento.

Nos circunstâncias mais desesperadoras da Igreja, não é nenhuma surpresa vermos a Virgem surgir com sua assistência materna. Especialmente quando a humanidade parece não ter mais forças para lutar. Tendes confiança em Maria!

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

A bênção dos animais

 


Há uma tradição muito venerável na Igreja de abençoar os animais. Há todo um ritual para tais bênçãos, e até dias próprios. No geral, os dias nos quais tais bênçãos ocorrem são o dia 17 de janeiro (dia de Sto Antão) e 4 de outubro (dia de São Francisco de Assis). 

E este rito faz uma referência ao ato do próprio Criador, que criou todos os animais, e ao final de seu ato, "os abençoou: “Frutificai – disse ele – e multipli­cai-vos, e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra”.

Nesta mesma inspiração, santos como São Francisco e Santo Antão nunca hesitaram em dar suas bênçãos aos animais... E iniciaram esta longa e bela tradição.


quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Santidade Moderna

 


    É inegável que muitos católicos sentem um certo "desconforto" com a ideia de um santo trajando calça jeans ou boné, portando seu smartphone ou Iphone, ou passeando em um Shopping Center... Santidade e modernidade parecem algo levemente revestido de antagonismo. 

Há algum tempo, um livro intitulado "Santos de Calça Jeans", supostamente inspirado em discursos de João Paulo II, trouxe à tona essa questão. Embora o texto possua suas graves imperfeições, ele possui uma razão importante em seu cerne. 

Alguns elementos da contemporaneidade se tornaram irreversíveis em nossa vida. E um santo também é filho de seu tempo. Ainda que se tenha uma preferência pelo modelo tradicional de santo, que estão muito bem representados nas figuras de S. Francisco de Assis, Sta Teresa de Ávilla, Dom Bosco, São Bento, Sto Agostinho e Sto Atanásio... No entanto, imagine que Francisco de Assis, tivesse a ventura de ser filho de nossos tempos? Seria sacrílego pensar que ele portaria seu smartphone, como tantos de nossos jovens? Ou fosse ao cinema, ou ao shopping? Evidentemente, não.

No entanto, essa incapacidade em fazer uma leitura adequada da realidade, tem sido um entrave terrível no horizonte de tantos jovens católicos que compreendem o chamado comum à santidade. 

A princípio, importa dizer o que é um santo e dizer o que ele não é. Um santo, não é apenas um bom cristão, ele faz mais do que um bom cristão. Alguém não é elevado as honras dos altares apenas por ir à Missa todos os domingos, ser batizado, crismado, confessar-se regularmente e participar de algum movimento. Isso é o básico da vida de um bom católico. Um santo vai além, ele contrária a própria natureza, confronta o mundo pelo bem, por Deus... Um santo é alguém que pratica as virtudes que todo católico deve praticar de um modo heroico. Ele não apenas vai à missa as domingos e dias de guarda, mas aquele cuja vida eucarística nunca encerra. E estava disposto a ajoelhar diante do Senhor, até mesmo quando ninguém mais o fazia. Ele não era simplesmente o sujeito que se confessava regularmente, mas que levava tão a sério tal sacramento, que fazia dele a preparação para seu juízo particular. Não apenas era batizado, mas lutava com denodo para manter suas vestes batismais intactas. Não apenas recebeu a confirmação, mas confessava Cristo com sua vida, e lutava para viver continuamente em estado de graça até o dia de seu comparecimento perante o tribunal divino. Em um espírito de fé, esperança e caridade, extremados. O coração ardendo com tais virtudes, a ponto de ver o próprio Cristo unido a si. Só compreenderemos melhor isso com a vida dos santos. Seus atos, por vezes, beiram o inacreditável. 

No entanto, alguns elementos são comuns a todos eles: ódio mortal ao pecado, porque sabem que ele os afasta de seu amor. Amor ardente a Eucaristia. Compaixão para os que sofrem. Humildade profunda, sabendo que nada possuíam senão o que Deus lhes dera. E uma oração continua, porque sabiam que não importavam seus esforços, a perseverança só ocorreria por graça divina. Por isso tantas penitências, mortificações e piedade. Tal como um Francisco de Assis flagelando-se até o sangue. Ou um Padre Pio rezando cerca de 15 a 20 rosários por dia. Ou uma Sta Catarina de Siena, devotando cuidados sobre-humanos a uma enferma de quem ninguém suportava o mau cheiro das feridas e a aspereza do caráter. Ou humildes, como Vicente de Paulo, humilhado, e ainda feliz por participar dos sofrimentos de seu Senhor. Todos viam-se como miseráveis, e necessitados extremos do amor de Deus.

Todos estes extremos de santidade podem ser praticados em qualquer época. Porém, considerado, sabiamente, as circunstâncias. Ser um santo moderno não quer dizer um santo duvidoso, mas um santo que vive na realidade, não fora dela. Que não se reclusou do mundo, como um anjo puro e intocável. Mas que entendeu que, o mundo é o seu campo de apostolado, onde a luz de Cristo deve brilhar.  

Já não é possível fugir da configuração dos tempos. Se você tem internet, a use com vistas a um fim elevado; se vais ao Shopping, que este passeio seja para ti uma missão... Deus espalha em cada canto uma missão a desempenhar. O pedinte a sua porta; o carente da visão de Deus que em ti poderá contemplar a imagem da religião esquecida; o funcionário estressado que precisa de um sorriso encorajador e radiante; o desesperado que encontra em ti um sinal de esperança... Enfim, conforme as palavras de nosso inesquecível Papa Bento XVI, "O Senhor lhes tem concedido viver neste momento da história para que, graças à vossa fé, seu nome continue a ressoar por toda a terra". Não és filho destes tempos por acaso... 


quarta-feira, 24 de maio de 2023

A representação emblemática de Murillo

 

Detalhe da pintura de Murillo

No século XVII, o já consagrado pintor barroco Murillo apresentou uma tela emblemática, a lactação de São Bernado (1660-1670), inspirado na vida do grande santo cisterciense.  

Na famosa tela, a Virgem Santíssima com os seios expostos, jorra seu leite aos lábios do santo. 

A obra, inspirada  em uma passagem da vida de São Bernardo, evoca o momento de sua convalecencia. Narram seus biógrafos que a Virgem Santíssima, a quem o santo reconhecia como "saúde dos enfermos", lhe apareceu e lhe deu a beber seu leite, que além de restituir-lhe a saúde ainda encheu seus lábios de eloquência. A afamada eloquência de Bernardo inclusive lhe granjeou o título de Doctor Mellifluus. 

Embora emblemática, a obra não recebeu nenhuma repreensão ou anátema papal; não fora vista como blasfema por nenhum dos grandes moralistas católicos... Um dos motivos para isso, se dá na longa tradição de representações, anteriores a Murillo, da Virgem Lactante. Rechaçar tal representação, representaria também um desprezo a lactação materna. O que seria um absurdo.

Ao se representar a Virgem Lactante, se estava fazendo referência a um simbolismo espiritual de incomensurável grandeza: a Virgem Santíssima é mãe e nutriz da Igreja. 

Nas interpretações marianas dos santos, a Virgem Santíssima é chamada de Jerusalém Celeste, onde os fiéis podem ver nela a visão do profeta: "a fim de vos amamentar à saciedade em seu seio que consola, a fim de que sugueis com delícias seus peitos generosos” (Isaías 66, 10-11).

Note-se que a arte sacra, mesmo em suas representações mais emblemáticas, está sempre inserida em um fundamento místico, de alta elevação. Nada é por acaso, e nada é por simples desejo de inserir em uma tendência contemporânea e deslocada de uma realidade espiritual mais elevada. 

Eis porque alguns artistas em representações grotescas recebem anátemas enquanto outros, que embora sigam um caminho incomum, recebem fartos elogios. 


A inclusão desnecessária de músicas protestantes na Liturgia Católica

  Pe. Marcelo Rossi foi um dos maiores responsáveis pela inclusão de músicas protestantes na Igreja Nas últimas décadas, assistiu-se uma inc...