Para agradar o mundo, basta uma
coisa: não dizer a verdade! Em uma paráfrase famosa atribuída a Sto Tomas de
Áquino, afirma-se, que “quem diz verdades, perde amizades”. A verdade é o grande
divisor entre os discípulos de Cristo e os discípulos do mundo -- o mundo, que conforme
disse nosso Senhor, “pertence ao demônio”, que é o pai da mentira (João 8, 44).
E é a ausência deste elemento fundamental
da pregação evangélica que tem feito o Padre Fábio de Melo cair nas graças do
mundo anticristão e inimigo da verdade. Ao mesmo tempo em que indivíduos
declaradamente anticatólicos vomitam seu ódio a fé e a religião, se desfazem em
louvores ao referido sacerdote. “Ele fala do amor de Deus”, dizem, hipocritamente,
alguns deles. A verdade é exatamente o contrário: Ele fala de tudo, menos do
amor de Deus. Aliás, nem a palavra “Deus” ele tem pronunciado em suas redes
sociais ─ de onde vem boa parte de suas bizarrices ─ para não desagradar aos
que não creem. O segredo de seu bom trânsito entre inimigos públicos do
cristianismo é simples: Ele acaricia consciências e segue a multidão. Está
atento ao que o mundo segue para na primeira oportunidade tecer seus elogios, e
ele está atento ao que o mundo odeia para se unir ao coro mundano em seus
repúdios. As únicas críticas que Fábio de Melo sofre, vem exatamente de católicos
fervorosos que sofrem as perseguições do mundo com o qual ele se alia. Fábio de
Melo ignora que o mundo desprezou a Cristo, e esquece que “a amizade com o
mundo é inimizade com Deus” (Tiago 4, 4)
Por isso, Fábio de Melo tornou-se o padre
preferido de quem odeia Cristo e a religião. E estes não hesitam em afirmar
como uma das razões para esta simpatia ─
pasmem ─, “a sua capacidade de transmitir o amor de Cristo”. Tal afirmação
chega a ser, além de hilária, blasfema! Explico...
Cristo nunca enganou o mundo e nunca
iludiu consciências com uma linguagem açucarada. "A sua palavra não foi banal, gentil e simpática -- nos diz Joseph Ratzinger --, como quer nos fazer crer um falso romantismo sobre Jesus. Ela foi áspera e cortante, como o amor verdadeiro, que não se separa da verdade" [1]
Jesus por vezes chegava a ser ríspido ao lidar até com seus apóstolos. A eles chamou diversas vezes de “tardos”, “tolos”, “insensatos”, e após sua ressurreição, aos discípulos de Emaús, chamou de “sem inteligência e lerdos” por não compreenderem as profecias que falavam a seu respeito.
Jesus por vezes chegava a ser ríspido ao lidar até com seus apóstolos. A eles chamou diversas vezes de “tardos”, “tolos”, “insensatos”, e após sua ressurreição, aos discípulos de Emaús, chamou de “sem inteligência e lerdos” por não compreenderem as profecias que falavam a seu respeito.
Jesus não se preocupou com os
sentimentos de ninguém ao fazer sua pregação, mesmo que isso acarretasse em prejuízo
a si mesmo, tal como aconteceu em seus embates com os fariseus. A estes, Jesus não poupou palavras. Os chamou de “raça de víboras”, “filhos do demônio” e outras
coisas que cooperaram para a sua condenação... Sua pregação moral ia além da
lei de Moisés. Aos adúlteros, disse que bastava um olhar para a pratica se consumar
em seu coração. A outros disse: “Se tua mão te arrasta ao pecado, arranque-a,
pois é melhor entrar no reino dos céus sem uma das mãos do que com as duas
seres lançado no inferno. E esta última condição, o inferno, que os padres
modernistas evitam de todas as formas em sua pregação, ou o deturpam
brutalmente, foi uma das mais mencionadas por Nosso Senhor. Ao inferno
apresentava como “o lugar onde o fogo não se apaga e o verme não morre” (Marco
9, 48) Diante de uma pregação como esta, regada de verdade e da verdadeira caridade,
muitos diziam: “Duro é pois este discurso, quem o pode ouvir?” (Jo 6, 60)
Palavras que o mundo nunca dirá da pregação de Fábio de Melo.
E essa rispidez com que Nosso Senhor
apresentava o seu reino vinha do fato de, ser Ele a própria verdade, e a verdade é ferina
como faca de dois gumes, ela desafia, confronta, desfaz as blumas da ilusão que
a mentira cria, destrói castelos de fantasia, e apresenta a realidade em suas
devidas cores, mas... Ao final, nos garante a salvação. A mentira, por sua vez,
ilude, acaricia, agrada, mas leva a perdição. O mundo, por essa razão, não ama
a verdade, a repele, a despreza de todas as formas porque ama a mentira; crucifica
e persegue os que a pregam e louva e coroa os que a escondem. Esta última
condição é a de Fábio de Melo! Ele recebe os elogios do mundo; a simpatia dos
maus... Porque acaricia suas consciências sombrias e lhes ilude com um falso
cristianismo. Faz estes crerem que Jesus é um hippie com um eterno olhar condescendente; um sorriso de aprovação
a tudo e um grito de “paz e amor” para sempre apaziguar os ânimos. E com esta
distorção brutal de Nosso Senhor, toma a frente de uma nova religião, que tem
do cristianismo apenas o nome. E se você ouve e leva a sério o que Padre Fábio
de Melo diz, a primeira das razões para isso é que você não ama a verdade e
gosta de ser enganada (o).
1. Joseph Ratzinger, Ser cristão na era neopagã. Vol. I, 1º Ed, Ecclesiae, 2014, p. 84