O Sínodo da Amazônia encerrou-se neste domingo (27) com a consolidação de uma nova doutrina, totalmente estranha ao catolicismo: "A ecologia integral". No penultimo dia do Sínodo, o Papa Francisco realizou um simbólico pedido de desculpas pelo roubo e lançamento no rio Tibre de três imagens de um ídolo pagão que estavam em uma importante Igreja de Roma. Este gesto cheio de simbolismo, só ratificou a percepção clara que ficou deste Sínodo como uma grande celebração do paganismo e o despontar de uma nova Igreja, totalmente estranha à Igreja Católica e alheia a sua doutrina tradicional.
No documento final do Sínodo, essa percepção ficou ainda mais clara com o grande alarido ecológico em torno da suposta ameaça global à Amazônia (tão dramática, aos olhos do pontífice, quanto a situação da Igreja na China, Oriente Médio e partes da África, onde a Igreja, há séculos é massacrada) tendo como centro um suposto “desaparecimento do
território e seus habitantes” e o chamado a “abraçar e praticar o novo
paradigma da ecologia integral, o cuidado da ‘casa comum’ e a defesa da
Amazônia”, e, em seguida, como era esperado, a proposta de “mudanças radicais”
para salvá-la. As notas de pseudo-ciência se proliferam pelo
documento para corroborar a tese central. Uma delas, no número 2, se apresenta
nos seguintes termos: “Está comprovado cientificamente que a desaparição do
Bioma Amazônico terá um impacto catastrófico para o conjunto do planeta”. Em
partes, terá seus impactos inegáveis, no entanto, não tão catastróficos como se
alardeia, como observa o climatologista Ricardo Felício (https://www.youtube.com/watch?v=w-76mhHuRoo)
Houve
também uma reafirmação na ideologia do aquecimento global antropogênico, que também,
já está amplamente desacreditada. Todavia, a Igreja, ressoa as velhas propostas
de movimentos de esquerda, pela “diminuição de emissão de dióxido de carbono na
atmosfera e outros gases relacionados ao efeito estufa” (n. 77).
Sente-se
nas entrelinhas uma profissão de fé no credo do “bom sauvage”, além de um
claríssimo apelo pagão. Segundo o documento, os povos nativos – incluindo-se, é
claro, os povos indígenas mais selvagens – “vivem em harmonia consigo mesmos,
com a natureza, com os seres humanos e com o ser supremo, já que há uma
intercomunicação entre todo o cosmos, onde não há excludentes, nem excluídos, e
onde podemos forjar um projeto de vida plena para todos. Tal compreensão de
vida se caracteriza pela conectividade e harmonia de relações entre a água, o
território e a natureza, a vida comunitária e a cultura, Deus e as diversas
forças espirituais.” O que eles queriam dizer com “diversas forças espirituais?”.
Outro trecho que explicita essa perspectiva pagã que orienta o texto se lê no
número 14: “A vida das comunidades amazônicas ainda não afetadas pelo influxo da civilização ocidental se reflete na
crença e nos ritos sobre o atuar dos espíritos da divindade, chamados de inumeráveis
maneiras, com e no território, com e em relação com a natureza”. Em suma, em
vez de difundir entre os povos a cultura cristã, há um convite a uma “conversão
cultural”. Uma cultura superior deve curvar-se a uma cultura inferior. O
Evangelho de Cristo deve cessar sua ação sobre a humanidade para ouvir o
paganismo. “O colonialismo é a imposição de determinados modos de viver de uns
povos sobre outros, tanto econômica, cultural ou religiosamente. Recusamos
uma evangelização de estilo colonialista” (n. 55). A beleza, a arte, a alta-cultura, devem ser colocadas de lado, e
em seu lugar, as pobres expressões e criações da cultura indígena, cuja pobreza
se deve antes por não haver alcançado um desenvolvimento mais profundo. O índio
também deve ter acesso as grandes criações culturas, a elevada erudição que o
Ocidente nos legou. Todavia, a esse demonizado colonialismo, que inclui também
a evangelização e conversão de povos nativos e a destruição de suas culturas,
se deve o poder que hoje Francisco dispõe para falar ao mundo e ser ouvido como
inquestionável autoridade religiosa. Sem ele, hoje, a Igreja não teria saído do
Cenáculo de Jerusalém. Há um trato sem precedentes ao paganismo em todo
documento. Em vez do chamado evangélico a conversão, a Igreja Ecológica de
Francisco propõe dialogo e um conhecimento mais profundo dessas tradições. “Estas
tradições merecem ser conhecidas, entendidas em suas próprias expressões e em
sua relação com o bosque e a mãe terra (...) Para isso, é necessário que as
Igrejas da Amazônia desenvolvam iniciativas de encontro, estudo e diálogo com
os seguidores destas religiões”. Note-se que o convite a convertê-los está
totalmente fora de cogitação nesta proposta. E lembremos que o maior dever do
cristão para com os pagãos é anunciar a eles o Evangelho de Nosso Senhor, e leva-los
à obediência da fé (cf. Rom 1, 5). Os pentecostais, a seu modo estão fazendo
isso, e sendo muito mais bem-sucedidos do que os católicos. O que diria Nosso
Senhor que nos apresentou o desejo divino para a humanidade em uma frase tão
sucinta como esta “que todos conheçam o Deus verdadeiro e a Jesus Cristo seu
enviado” (cf. Jo 17, 3) Para Francisco e os bispos sinodais, os pagãos já não
merecem conhecer o Deus verdadeiro e a Jesus Cristo. O Documento pós sinodal
deixou claro que não. E o que diriam os santos em face de tais absurdos? Eles
que sempre conservaram grande horror à heresia e ao paganismo. O patrono da
Europa, S. Bento, conforme escreve seu santo biografo, o papa S. Gregório
Magno, ao chegar ao monte Cassino, que outrora fora consagrado pelos costumes e
ignorância ao oráculo de Apólo, o santo encontrou um bosque dedicado a um ídolo
pagão, onde, conforme as palavras do santo biografo, “acorria a dementada
multidão dos infiéis com sacrílegos sacrifícios. Chegando aí o homem de Deus,
derrubou o ídolo, demoliu o altar, pôs fogo ao bosque, e consagrou o templo à
honra de S. Martinho e no altar de Apolo estabeleceu o culto a S. João Batista.
Depois voltou-se à pregação, levando à verdadeira fé as populações que viviam
ao redor". (S. Gregório Magno. Dial. III. 3). Atitude semelhante tivera S.
Bonifácio diante de uma sacrílega árvore dedicada ao culto pagão. E quantos
homens e mulheres foram martirizados por recusarem-se a prestar reverência a
deuses pagãos. Quão distante estão estes santos da Igreja ecológica de
Francisco. Uma Igreja que combateu com denodo o avanço de tantas heresias e do
paganismo, simplesmente, deu lugar a uma Igreja que passou a tolerá-los e até a
abraçá-los. como se seus erros não custassem a salvação de muitos. Papas convocaram
cruzadas contra hereges e pagãos, foram implacáveis em seus escritos contra
qualquer erro que se apresentasse ao horizonte dos fiéis; percorreram os mais
tenebrosos mares para converter a verdadeira fé os homens de regiões mais longínquas,
para em pleno século XXI todo o seu sacrifício ser lançado no lixo em nome do
mero diálogo.
S. Bonifácio levando ao chão árvore dedicada ao culto pagão |
O
que diria toda a tradição que há dois milênios ecoa em uníssono o mesmo brado,
que fora tão enfaticamente condensado por Pio XI nestas palavras: “Não é lícito
promover a unidade dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos
dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente
eles se separaram" (Mortalium Animos, n. 16), e que fora belamente
sacralizado em um dos dogmas mais desagradáveis para a turba ecumenista,
conforme a famosa formula de S. Cipriano: Extra
Ecclesiam nulla salus (Fora da Igreja não há salvação) (cf. De Unit. Eccl.
Cath. 6, 3) Não há muito o que se dizer sobre este Sínodo, tudo o que ele prega
já está condenado de antemão por miríades de santos, pelas páginas das Sagradas
Escrituras e de um magistério vastíssimo. Diante de toda a dessacralização que se verificou durante esses dias, com o olhar complacente do Papa, onde ficaria o maior de todos os mandamentos, que nos ordena junto com a obrigação de amar a Deus acima de todas as coisas, o intimato: "não terás outros deuses diante de mim"?