A reputação católica da Irlanda, há algum tempo, foi
pelo ralo. Arrasada por graves escândalos sexuais e de outras espécies
protagonizados por sacerdotes
e religiosos que levou ao total descrédito o catolicismo no país, a voz
da Igreja tornou-se a última a ser ouvida nos plebiscitos populares,
deixando espaço aberto para o avanço de todas as pautas anticristãs que
vinham sendo impostas a algum tempo por organismos estrangeiros como ONU
e União Européia.
O
que aconteceu com este país que em outros tempos fora chamado de “Ilha
dos Santos”, e até o início do século passado transpirava
catolicismo por todos os poros? Como um dos cleros mais admirados do
mundo tornou-se o mais corrupto no século atual?
Em 2010 o Papa Bento XVI escrevia uma lamuriosa carta aos católicos da
Irlanda onde deplorava profundamente o lamentável estado a que chegou o catolicismo no país.
Não posso deixar de partilhar o pavor e a sensação de traição que muitos de vós experimentastes ao tomar conhecimento destes atos pecaminosos e criminais e do modo como as autoridades da Igreja na Irlanda os enfrentaram (Bento XVI, em carta aos carta aos católicos da Irlanda do dia 19 de março de 2010)
Bento XVI ainda reconhecera a
contribuição do clero para o cenário desolador de secularização pelo qual passava a Irlanda. “DETERMINANTE foi também neste período [de secularização] a
tendência, até da parte de sacerdotes e religiosos, para adotar modos de
pensamento e de juízo das realidades seculares sem referência suficiente ao
Evangelho”, escreveu o pontífice, em termos polidos, na ocasião.
irlandesa comemora a aprovação do aborto no país |
E
junto com aquele lamento, o papa emérito trazia uma diagnose do
problema, com ênfase a certos "procedimentos inadequados para determinar
a idoneidade dos candidatos
ao sacerdócio e à vida religiosa", e concluía com uma série
de propostas para conter a sangria aberta no seio da Igreja Irlandesa.
Mas as medidas eram tardias para um mal que já alcançara a espinha
dorsal do clero. A imagem do catolicismo no país já estava gravemente
comprometida. Cinco anos após a célebre carta de Bento XVI, em 2015, um
referendo popular aprovava o
“casamento gay”; e atingindo o ápice do declínio moral, em
2018, o aborto era aprovado também em referendo popular.
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