Páginas

domingo, 4 de outubro de 2015

Um Estranho Pontificado



Em tempos obscuros como estes que enfrentamos, nossos olhos se voltam como bússola para Roma em busca de orientação segura, e de lá voltam mais confusos! 
Suspiramos pela voz infalível do Papa a nos guiar neste vale brumoso do século XXI, e ela simplesmente emudece.

A cristandade segue atonita sem a voz segura de seu pastor. E a ausência desta voz nos faz inevitavelmente olhar com estranheza este pontificado, e até erguer as mãos ao céu e repetir as temerosas palavras dos apóstolos em meio a tormenta do mar da Galiléia: "Mestre, não te importas que pereçamos?"

A triste impressão de que a nau de Pedro vaga sem rumo neste mar tempestuoso é quase unanime. E esta sensação nos faz esquecer o desenrolar daquele episódio que se deu nos tempos evangélicos, e que sempre se repetiu na história. Aquela noite tempestuosa, há dois mil anos, no mar da Galiléia, quando se desencadearam os ventos da tormenta contra a barca dos apóstolos (cf. São Marcos 4, 35-40). 

Na iminência de um naufrágio, e tomados de terror, os apóstolos esqueceram que Deus estava naquela barca, embora "dormisse na popa sobre um travesseiro". 

"Mestre não te importas que pereçamos?", gritaram os apóstolos desesperados, que merecidamente foram repreendidos pelo Divino Mestre: "Homens de pouca fé!".

No meio das tormentas que ameaçam a nau de Pedro nos tempos modernos, novamente nos vem a tentação de repetir a frase temerosa dos apóstolos, mas isto seria uma grave tentação contra a fé.
Por que temer a tempestade, se Cristo está nesta barca, e Cristo vence sempre?
É com esta certeza que analizamos a crise na Igreja, sem nunca titubear ante as ameaças que se desencadeiam neste cenário confuso do século XXI. 

Três anos de Francisco

Este pontificado está sendo marcado por declarações desastrosas, nas quais, com toda justiça se cogita a indole de Francisco.

Durante sua viagem à Manilla, em janeiro deste ano, uma afirmação nada lisongeira sobre as famílias numerosas deixou a cristandade desconfiada: 
"Os bons católicos não devem procriar como coelhos", disse o pontífice. 
Afirmação gravíssima para um católico, que se acentua ainda mais, partindo do próprio Papa. E esta foi uma de muitas declarações que diriamos "infelizes" do pontifice.

Esta insólita debandada do Papa nos surpreende a cada dia. Aqui e acolá surge um ato ou declaração confusa que põe os católico em polvorosa. 
"O que está acontecendo com o Papa?", se perguntam os bons católicos. É inegável a confusão que foi semeada! 
Do outro lado, vemos um mundo pagão, acostumado a desferir seus golpes contra a Igreja e o Papa, profundamente satisfeito com este pontificado. Algo a se estranhar!

Voltando os olhos alguns anos antes ao pontificado de Bento XVI, assistimos o mundo moderno, como de costume,  desferir seus golpes ao pontifice até sua renúncia em 2013.
Os ataques a Bento XVI eram constantes, tanto pela mídia quanto pelos movimentos revolucionários, como é natural!
Bento XVI não era cool; não seguia o politicamente correto...

Esta relação conturbada da Igreja com o mundo não nos surpreende, ela já está prenunciada nas páginas do Evangelho: "Se o mundo vos odeia, sabeis que odiou primeiro a mim" (Jo 15, 18). 

Militante feminista
durante audiência de Bento XVI

"Se fosseis do mundo  o mundo vos amaria". (Jo 15, 19). "No mundo tereis aflições, coragem eu venci o mundo" (Jo 16, 33) "Dei-lhes a tua palavra e o mundo os odiou, porque não são do mundo, como também eu não sou do mundo". (Jo 16, 14).

"Beijaço gay" durante a passagem de Bento XVI

Este ódio do mundo, é um claro sinal de que a Igreja segue os passos de seu Divino Fundador, que deixou muito claro a recompensa dos que o seguem. "Por causa do meu nome sereis odiados por todos" (Mat 10, 22)

Porém, os episódios de ódio que marcaram o pontificado de Bento XVI, não se repetem no pontificado de Francisco, pelo contrário, assiste-se uma onda de simpatia pelo Papa argentino nunca vista antes na história. Só há duas explicações possiveis para esta estranha mudança: ou o mundo se converteu ou a Igreja passou a agradá-lo!  
A primeira explicação podemos descartar de antemão!

'O Sinodo da Família'

A desconfiança em torno do pontificado de Francisco se agravou ainda mais com o aproximar do 'Sínodo da família' que ocorrerá de 4 a 25 de Outubro.

Supostas inovações que contradizem os ensinamentos perenes da Igreja sobre o matrimônio, e que poderiam ser incluidos na pauta do Sínodo, colocaram a cristandade em alerta.

As chamas foram acesas durante as preparações para este sinodo em fevereiro, quando o cardeal Walter Kasper fez declarações escandalosas sobre possiveis alterações no ensinamento tradicional da Igreja sobre o matrimônio, como a possibilidade de se admitir a Eucarístia a divorciados e, até, uma discussão sobre as uniões entre pessoas do mesmo sexo. 
O descalabro do Cardeal Kasper, motivou a indignação particular de cinco influentes cardeais da cúria romana,  respectivamente, os cardeais Walter Brandmüller, Gehrard L. Müller, Carlo Cafarra, Velasio de Paolis e Raymond Leo Burke, que escreveram um livro sobre o assunto, (Remaining in the Truth of Christ), onde reafirmam as verdades escandalosamente questionadas por Kasper e cia. 

O perigo de supostas violações da doutrina imutavel do matrimonio se fortaleceram ainda mais com as constantes declarações dúbias de Francisco sobre a família e a questão "homossexual".

Por conta deste estado de coisas que precedem este evento,  uma petição foi lançada na internet mobilizando influentes personalidades do mundo político, academico e clerical, para pedir do Santo Padre uma postura definitiva sobre as questões postas em discussão.
Contam entre as personalidades que assinaram a petição, o principe D. Duarte de Bragança, D. Bertrand de Orleans e Bragança, o rei exilado de Ruanda, o duque de Oldenburg, os príncipes alemães Alois  e Anastasia, o conde João Filipe e a condessa Maria Isabel, os principes da Belgica e da Itália, entre outros monarcas. Entre o Clero, destacamos os cardeais Medina Esteves do Chile, Leo Burke, Pujats, o bispo auxiliar de Brasilia, D. Aparecido Gonçalves e o bispo emerito D. João Evangelista Martins Terra, o fundador dos Franciscanos da Imaculada, Fr. Stefano M. Manneli... 

A petição, em sua apresentação, expressa muito bem a preocupação de seus signatarios: 
"Nesta situação, diz a filial súplica, uma palavra esclarecedora de vossa santidade será a única via capaz de superar a crescente confusão".

Rezemos para que estas palavras esclarecedoras e definitivas ecoem limpidas e claras dos lábios de Pedro, desfazendo as trevas da confusão, que até aqui nos envolveram.      

A petição encontra-se no site da Associação Internacional Filial Suplica filialsuplica.org/


Nenhum comentário:

Postar um comentário